Eu acredito que todo mundo sabe desenhar. Afinal, um desenho não precisa ter formas perfeitas nem ser um retrato fiel da realidade. Antes de mais nada, desenhar é libertar emoções, criando algo sem se preocupar com o resultado final. Desenhar é uma maneira de expressar os sentimentos, independentemente dos materiais e das técnicas que utilizamos ou do tema que nos propomos a passar para um papel ou uma tela.
Um exemplo bem simples de que todo mundo é capaz de desenhar remete à nossa própria infância. Afinal, quem de nós, quando criança, nunca brilhou os olhos ao se deparar com uma folha de papel sulfite em branco e uma caixa de lápis de cor, giz de cera ou guaches? Não importa o material: a sensação de libertar a criatividade e colorir uma superfície branca, criando mundos imaginários, era incrível.
Mas, quando nos tornamos adultos, parece que somos movidos pela perfeição. Até mesmo algo simples, como desenhar, torna-se uma tarefa complicada e que precisa da aprovação dos outros. Ao invés de interpretar uma cena por meio da emoção e dos sentimentos, queremos simplesmente recriá-la em detalhes. O medo de criar algo que não agrade aos outros, nem a si mesmo, causa um bloqueio e afasta a ideia de que desenhar é uma forma de autoexpressão acessível.
Por isso, ao contrário do que muita gente pensa, não é preciso ser um artista iluminado para desenhar, já que a arte não depende, necessariamente, de um dom. Embora sejam anos de prática e aprimoramento das técnicas, tudo começa com o simples desbloqueio da ideia de que não somos capazes. Para isso, devemos nos deixar guiar pela emoção e despertar o potencial criativo por meio da expressão dos sentimentos pela arte.